Figura 1 - Strand Nutrify na ABRAN.

ABRAN 2024: Confira highlights dos temas abordados durante o evento

O Congresso Brasileiro de Nutrologia 2024 (ABRAN) abordou uma série de temas relevantes, que estão presentes na prática clínica.

Uma excelente oportunidade de atualização científica para profissionais de todo o país que puderam participar das aulas e discussões. Se você não pôde comparecer ao evento, fique tranquilo(a), Nutrify traz um pouco dele até você. Apresentamos a seguir os principais pontos dos grandes temas tratados no ABRAN 2024.

Descubra (ou relembre, se você esteve lá) os tópicos científicos que estão em alta na nutrologia e nutrição.

 

Eixo Pele-Intestino: equilíbrio da microbiota e saúde cutânea.

Hoje se sabe que o eixo pele-intestino tem papel protagonista na saúde da pele, já que o desequilíbrio da microbiota intestinal pode ter forte impacto cutâneo. Ele pode influenciar o surgimento de patologias como psoríase, rosácea e dermatite atópica, por exemplo. A  ciência demonstra, ainda, que a pele tem sua microbiota específica, única em cada pessoa.

 

Veja quais são as possíveis intervenções nutricionais para a melhora da função da pele:

  • Equilíbrio de deficiências nutricionais;
  • Controle do estresse oxidativo;
  • Controle da inflamação;
  • Uso de prebióticos: polifenóis, ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 e fibras;
  • Uso de probióticos;
  • Pós-bióticos (ácidos graxos de cadeia curta, enzimas, peptídeos, polissacarídeos, vitaminas e ácidos orgânicos).

 

Figura 4 - Strand Nutrify na ABRAN.

Nutrigenômica na Dermatologia: desvendando os segredos da pele através da nutrologia personalizada.

A dieta e a suplementação são capazes de modular a expressão gênica e, consequentemente, processos biológicos como: metabolismo, imunidade, inflamação e hormônios. No campo da nutrigenômica aplicada à dermatologia (impactos da dieta na pele), alguns aspectos se destacam:

  • Efeitos de proteínas dérmicas como o colágeno;
  • Moléculas pró-inflamatórias;
  • Estresse oxidativo;
  • Senescência celular.

A literatura mostra que a dieta ocidental pode levar ao aumento da produção de insulina e IGF-1, ocasionando a sebogênese. Outro ponto interessante é que a dieta com baixo IG diminui mTORC1 (que, quando muito ativado, favorece a inflamação), o que pode estar relacionado com a diminuição da acne.

 

Conheça possíveis intervenções nutricionais para a melhora da acne:

  • Ômega-3 (redução de mTORC1 e fatores inflamatórios);
  • Chá verde, resveratrol, curcumina e berries (redução de mTORC1).

Outras manifestações cutâneas de grande impacto na qualidade de vida, como a psoríase, também podem ser melhor manejadas com algumas estratégias relativas à dieta

 

Possíveis intervenções para a melhora da psoríase:

  • Quercetina, vitamina D, resveratrol, curcumina.

 

Desvendando o estresse oxidativo e seus impactos no envelhecimento intrínseco e extrínseco.

Foi observado que a disfunção mitocondrial está intimamente associada ao envelhecimento. Sendo que o desbalanço redox do organismo leva ao estresse oxidativo, à inflamação e ao envelhecimento celular intrínseco e extrínseco. Além disso, o estresse oxidativo está associado com disfunções metabólicas.

Alguns nutrientes e ativos antioxidantes se destacam nesse contexto, conforme segue:

  • Antioxidantes endógenos:  enzimas antioxidantes: catalase, superóxido dismutase e glutationa peroxidase;
  • Antioxidantes não enzimáticos:  glutationa, vitaminas C, E, A.

 

O papel dos psicobióticos e o uso de ISRS na ansiedade.

Visto que o eixo intestino-cérebro é fundamental para a saúde do organismo como um todo, incluindo a saúde mental, profissionais devem se manter atentos a alguns pontos:

  • O estresse crônico pode diminuir a conexão sináptica:
  • O envelhecimento modifica a microbiota intestinal;
  • Distúrbios na microbiota estão envolvidos com os transtornos de ansiedade e depressão;
  • Clostridium e Bacteroides ssp produzem ácido propiônico e aumentam a agressividade e ansiedade em animais;
  • Algumas bactérias são capazes de produzir serotonina no intestino: Lactococus lactis subsp cemosis (MG 1363); Lactococus lactis subsp lactis (IL1403); Lactobacillus plantarum (FI8595).

 

Com isso em mente, é possível pensar em condutas eficientes para manejar esses pontos de atenção, como o uso de probióticos e outras intervenções dietéticas personalizadas. Uma vez que a resposta da microbiota a uma mesma dieta varia de indivíduo para indivíduo.

  • Probióticos podem ter ação neuropsíquica (ação cepas dependentes);
  • A atividade física modifica a microbiota de forma positiva;
  • Mudança na dieta pode modificar a microbiota intestinal em 48 h;
  • Vesículas produzidas pela microbiota intestinal podem regular as respostas inflamatórias.

 

Figura 2 - Strand Nutrify na ABRAN.

Probióticos e saúde mental:

O tema é vasto e muitos pontos interessantes foram abordados pelos especialistas. Como a relação entre  alterações da microbiota intestinal e o aumento dos sintomas do Autismo, doença de Parkinson, doença de Alzheimer e Esclerose múltipla.

Selecionamos alguns para destacar o papel de algumas intervenções dietéticas nesse cenário:

  • L. helveticus R0052 e B. longum R0175 estão envolvidos na produção de GABA
  • Associação de L. helveticus R0052 e B. longum R0175 pode melhorar os sintomas de estresse;
  • Os AGCC na circulação sistêmica podem atravessar a barreira hematoencefálica (BHE) e atuar na transferência de nutrientes e moléculas envolvidas na manutenção da integridade da BHE, influenciando diretamente o desenvolvimento cerebral e a homeostase do SNC.

A dieta do mediterrâneo seria a ideal para indivíduos com depressão, assim como o consumo de ômega-3 também é recomendado para essa população.

Na depressão bipolar: 1-2 g/dia de ômega-3 (EPA) seria a recomendação para tratamento adjuvante. Já no transtorno de depressão maior: 1500 UI – 4000 UI Vit D /dia seria indicado com o mesmo papel.

 

Demências: estratégias nutricionais na prevenção e no cuidado.

O declínio cognitivo acontece como consequência da redução da massa cerebral à medida que envelhecemos. Consequentemente, o número de neurônios diminui.

Entre as alterações fisiológicas associadas ao envelhecimento, temos: morte de neurônios, estresse oxidativo, baixo BNDF, inflamação, alto glutamato.

Possíveis intervenções de impacto nesse cenário:

  • Dieta mediterrânea ou Mind;
  • Aumentar o consumo de alimentos ricos em colina;
  • Vitaminas do complexo B;
  • Alimentos de ação anti-inflamatória (frutas vermelhas, vegetais crucíferos, cúrcuma, gengibre e ômega-3);
  • Relação ômega-6/ômega-3 ≤4;
  • Juba de Leão;
  • Bacopa Monnieri;
  • Magnésio.

 

Influência da dieta e suplementos na qualidade do sono.

Um sono de qualidade é essencial à saúde e ao bem-estar. No entanto, fatores relacionados à vida e aos hábitos alimentares contemporâneos podem prejudicá-lo. Refeições desalinhados com o ritmo circadiano, alimentação próxima ao horário do sono, maior consumo calórico e maior ingestão de gordura à noite, além de uma dieta pró-inflamatória são alguns exemplos.

Intervenções nutricionais favoráveis à qualidade do sono:

  • Isoflavonas: melhoram a eficiência do sono em mulheres na menopausa;
  • Mg: diminui latência do sono;
  • Zn: diminui latência do sono e aumenta a eficiência do sono.

 

Nutroterapia em endometriose e menopausa.

A endometriose é uma condição de grande impacto no bem-estar feminino e merece atenção crescente. A ciência demonstra que poluentes ambientais são nocivos também sob esse aspecto, já que dioxinas podem influenciar o início da endometriose.

Já o hipoestrogenismo, característico da transição menopausal, pode afetar níveis de cortisol, levar à insônia, aumento do estresse, RI e obesidade.

 

Possíveis intervenções nutricionais para o manejo da dor na endometriose:

Suplementação:

  • Curcumina (130 mg 2-3 vezes ao dia)
  • Catequina;
  • Apigenina;
  • Quercetina;
  • Resveratrol;
  • Ômega pode diminuir dor (3-5 g);
  • Vitamina B1 (deficiência está ligada a fadiga);
  • Vit D – se houver deficiência;

No que se refere ao hábito alimentar, destaca-se o papel positivo do consumo de fibras (excreção de estrogênio), a redução do consumo de carne vermelha e cafeína e adoção de dieta low FODMAPs. A melhora da microbiota intestinal também deve ser buscada.

 

Tratamento de lipedema em pacientes obesos.

O lipedema é caracterizado por deposição anormal de gordura em glúteos e pernas bilateralmente, que pode ser acompanhado por edema, dor e sensibilidade ao toque.

Mudanças de estilo de vida e intervenções nutricionais são bastante importantes no tratamento para promover, entre outros benefícios, perda de peso, redução da inflamação e diminuição da fibrose.

 

Intervenções nutricionais a serem consideradas:

  • Antioxidantes;
  • Otimizar níveis de Vit D e B12;
  • Dieta mediterrânea;
  • Restrição calórica em 20% (pode diminuir massa gorda);
  • Curcumina: 500 – 1000 mg + piperina/dia;
  • Quercetina: 250-1000 mg/dia;
  • Picnogenol: 100-150 mg/dia;
  • NAC, selênio e zinco.

 

Figura 3 - Strand Nutrify na ABRAN.

Suplementação para idosos: como e quando.

O aumento da população idosa é uma realidade no Brasil e no mundo. O papel da nutrição em um envelhecimento saudável nunca foi tão importante, e a suplementação pode ser uma excelente aliada da longevidade.

 

Suplementos especialmente valiosos para idosos:

Combate à sarcopenia: Whey protein, vitamina D e leucina (maiores quantidades de leucina melhoram a síntese proteica em mulheres idosas);

Neuroproteção: Vitamina D pode ser neuroprotetora; ômega-3 + carotenoide + vitamine E pode melhorar a memória de trabalho; psicobióticos podem modular o humor.

Bifidobacterium breve (2 x1010) pode melhorar funções cognitivas em idosos com suspeita de disfunções já instauradas.

 

Coenzima Q10. Quais são os principais usos:

A suplementação de Coenzima Q10 têm sigo bastante discutida por profissionais por conta de seus múltiplos benefícios potenciais, com uma dosagem usual multifuncional de 200 mg/dia.

Mereceram destaque dos especialistas:

  • Promoção da fertilidade;
  • Ação antioxidante e prevenção do envelhecimento precoce;
  • Melhora de sintomas de fibromialgia;
  • Imunidade;
  • Ganho de desempenho no exercício físico;
  • Efeito cardioprotetor e neuroprotetor;
  • Prevenção de sintomas de fadiga e cansaço.

 

Seguimos juntos na expansão do conhecimento em saúde

Esperamos que este resumo do que foi visto no CBN 2024 – Congresso Brasileiro de Nutrologia – ABRAN possa ser útil em sua atuação clínica.

Continue contando com a Nutrify para oferecer um suporte de excelência a seus pacientes.

Até breve!

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