Apesar de ter sido considerada vilã da alimentação saudável por muito tempo, a gordura sempre teve seu reconhecimento devido aos seus ácidos graxos poliinsaturados ômega-3, reconhecidos por seus efeitos benéficos ao organismo.
Os ácidos graxos ômega 3 tem sido amplamente estudado devido a contribuição na melhora de doenças cardíacas, câncer e sua ação antiinflamatória. Os ácidos graxos ômega 3 são essenciais porque o nosso corpo não consegue fabricá-lo e devem ser fornecidos pela alimentação.
As principais fontes alimentares de ômega 3 são os peixes gordos como a sardinha e o salmão, esses dois peixes são fontes de dois tipos de ômega 3 chamados eicosapentaenóico (EPA) e acido docosahexanóico (DHA). Esses peixes sintetizam esses dois ácidos graxos a partir do acido alfa linolênico (LNA), um ômega 3 de origem vegetal, que está presente em grande quantidade no fitoplâncton do qual esses peixes se nutrem. O EPA, denominado ácido eicosapentaenoico, auxilia na produção de prostaglandinas, substância antiinflamatória que faz parte das nossas defesas. Um ponto negativo é que a população ocidental não tem hábito de consumir esses peixes de forma rotineira e a suplementação tem sido um grande aliado na introdução desses ácidos graxos tão benéfico a saúde. Outro grupo que poderia se beneficiar da suplementação de ômega 3 são os vegetarianos, através da extração desse acido graxo das microalgas amenizando a sua deficiência, uma vez que esse grupo não ingere as fontes alimentares de origem animal.
Atualmente as pessoas mesmo que não vegetarianas tem buscado alternativas livres de fontes alimentares de origem animal e a suplementação de ômega 3 de microalgas tem sido um grande aliado para esse grupo, podendo ser usado tanto para veganos, vegetariano e aqueles que consomem carnes mas que apresenta uma preocupação na compra de produtos livres de fontes animais para seu consumo. Um dos benefícios dessa suplementação é evitar a formação de trombos (coágulos) no sangue, que são prevenindo de doenças cardiovasculares, trombose e acidente vascular cerebral. O EPA também tem ação sobre doenças e complicações de caráter inflamatório, como a obesidade, o lúpus, a celulite e a artrite.
O DHA está presente na parte estrutural e funcional de cada célula do corpo, e desempenha um papel essencial na proteção do cérebro e dos olhos. Ele ainda possui ação antioxidante e favorece a conexão entre os neurônios do cérebro, o que auxilia na memória, atenção e no raciocínio.
O cérebro é composto por 40% de DHA e 60% de gordura e, por isso, o consumo deste ácido graxo está relacionado com a melhora da saúde da mente, auxiliando na capacidade de aprendizado, no humor e consequentemente na qualidade de vida.
Nas últimas décadas tem se comentado sobre os benefícios do acido graxo ômega 3 na saúde humana, o que tem levantado uma grande curiosidade pela comunidade cientifica. Há distúrbios que afetam a população ocidental como, por exemplo, as doenças cardiovasculares, câncer e obesidade. No nível cardiovascular há um consenso sobre os benefícios associados ao ômega-3, especialmente para pessoas com alto risco de serem afetados por essa doença.
Os estudos mostram que o ômega-3 reduz a frequência dessas doenças, diminuindo o risco de arritmia cardíaca, grande responsável por mortes súbitas, e também baixando os níveis de lipídios sanguíneos e consequentemente, os riscos de formação de placas de aterosclerose reduzindo o risco de doenças como hipertensão, aterosclerose, infarto e derrames. Nas pessoas obesas em consequência ao elevado nível de estoque de gordura corporal, apresentam elevados níveis de marcadores inflamatórios, sendo a atuação da suplementação na ação anti-inflamatória podendo impedir a progressão da lesão aterosclerótica.
Os efeitos benéficos do ômega 3 não se limita somente às doenças cardiovasculares, existem cada vez mais resultados experimentais que sugerem que os ácidos graxos ômega 3 tem papel importante na prevenção do câncer e prevenção de doenças neurológicas.
Estudos realizados observando o consumo da suplementação de ômega-3 têm sido positivo na relação com a redução do risco de desenvolver câncer de mama, próstata, colon e ainda, sua relação com o aumento da eficácia dos medicamentos de quimioterapia. Os mecanismos de eficácia implicados nesses efeitos protetores poderiam estar ligados a uma baixa da produção de moléculas inflamatórias que alteram o sistema imunitário e favorecem o desenvolvimento do câncer, assim como a um efeito direto sobre as células cancerosas. Outro efeito benéfico associado a suplementação é sua atuação na caquexia do câncer, que além de auxiliar na qualidade de vida atua como coadjuvante no tratamento de pacientes com perda de peso importante.
O ômega 3 também tem seus efeitos benéficos no metabolismo lipídico, causando redução nos níveis plasmáticos dos triglicerídeos, colesterol total e LDL, ação vasodilatadora, atividade anti-inflamatória, anticoagulante e antiagregante. Os ácidos graxos ômega 3 são também indispensáveis para os recém-nascidos, por representarem um terço da estrutura de lipídeos no cérebro, onde a carências destas substâncias podem ocasionar redução da produção de enzimas relacionadas às funções do aprendizado. Já o consumo excessivo de óleos ricos em ácido linoléico ômega 6 ou ácidos graxos saturados não é tão bem recomendável, por estarem relacionados a efeitos pró-inflamatórios, pró-trombóticos e pró-aterogênicos.
Os efeitos dos graxos ômega 3 está associado a ação anti-inflamatória, ao reduzir a síntese de derivados do ácido araquidônico que promovem a ação inflamatória como as prostaglandina, tromboxano e leucotrieno, onde seus efeitos estão associados ao risco para o organismo. Desta forma a suplementação com ácidos graxos EPA e DHA, podem atenuar os efeitos do processo inflamatório protegendo o organismo de desenvolver doenças associadas a processos inflamatórios não controlados.
O uso da suplementação do ômega 3 também tem uma boa relação com a diminuição dos efeitos pós-treino. Os pesquisadores explicam que a suplementação de ômega 3 ácido eicosapentaenóico e (EPA) e ácido docosahexaenoico (DHA) eleva as taxas de síntese protéica muscular havendo uma diminuição nos efeitos pós-treino, mostrando que o consumo de Ômega 3 contribui para o anabolismo celular, além de diminuir o efeito do pós-treino facilitando a construção de tecido muscular.
Outro fator importante é a ação do ômega 3 no cortisol, que se encontra aumentado depois da atividade exaustiva. A suplementação com ômega 3, pode colaborar na recuperação do exercício. Outros estudos afirmam que a suplementação com esse acido graxo contribui para o aumento de força e potência e pode acelerar a redução de gordura em indivíduos obesos. Pode-se concluir que a suplementação de ômega 3 pode ter efeito positivo na diminuição dos efeitos negativos do pós-treino. Além disso, poder contribuir para o estado de saúde. Sendo esse acido graxo um importante aliado na prevenção do desenvolvimento de doenças, contribuindo para uma melhora na qualidade de vida das pessoas.
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