Como resultado das mudanças fisiológicas do envelhecimento, um dos principais efeitos é o afinamento da derme (tecido conjuntivo localizado abaixo da epiderme e acima da hipoderme) devido ao comprometimento acentuado no metabolismo do colágeno (1). Consequentemente, a pele torna-se menos elástica e pode ficar vulnerável a danos. As possíveis causas de tais alterações relacionadas ao envelhecimento incluem diminuição do número de fibroblastos, (2) diminuição da síntese de colágeno e degradação elevada do colágeno (3). Diminuições relacionadas ao envelhecimento na hidratação do estrato córneo, comprometimento das glândulas sebáceas e sudoríparas e aumentos na perda de água transepidérmica (TEWL) também foram relatadas (4). Essas alterações prejudicam a função de barreira da pele e resultam em pele seca, e a pele seca e fina é propensa a danos causados pelo atrito.
A pele saudável fornece uma interface ativa entre os ambientes interno e externo do corpo e permite a adaptação e aclimatação permanente de um organismo durante sua vida. Muitos fatores diferentes exacerbam o processo de envelhecimento da pele, incluindo envelhecimento intrínseco, irradiação, álcool, tabagismo, consumo de uma dieta não balanceada e deficiências de micronutrientes relacionadas ao estresse (5-7), levando a uma perda de colágeno dependente da idade na pele.
O colágeno, componente mais abundante da matriz extracelular, é a proteína decisiva que determina a fisiologia da pele, mantendo sua estrutura e permitindo que suas inúmeras funções ocorram (8-10). A matriz extracelular retém água e sustenta uma pele lisa, firme e forte. A estrutura do colágeno lembra uma corda. Três cadeias se enrolam formando uma hélice tripla de colágeno. Esses blocos de construção se combinam para formar fibrilas de colágeno de enorme força e força de tração (8-10).
As fibras de colágeno são sintetizadas principalmente pelos fibroblastos nas camadas mais profundas da pele. Como tal, o rejuvenescimento da biomatriz pode ser efetivamente melhorado apenas através do fornecimento de nutrientes suficientes através da corrente sanguínea (8).
A formação de colágeno é diminuída na pele madura e a biomatriz da pele começa a entrar em colapso quando a estrutura de colágeno perde sua força e estabilidade (11). Fatores como luz solar, tabagismo, poluição ambiental, abuso de álcool e deficiência de nutrientes podem acelerar esse processo (12). A elasticidade é então diminuída e surgem linhas e rugas. Devido à perda de colágeno, a pele fica cada vez mais fina e seca.
Estudos demonstraram que a redução da síntese de colágeno dependente da idade e pode ser revertida pela administração oral de peptídeos bioativos de colágeno específicos (8, 11, 13, 14, 15). Esses oligopeptídeos são obtidos por hidrólise enzimática do colágeno natural. Após a ingestão, eles são metabolizados em di e tripeptídeos bioativos no trato gastrointestinal, que são então liberados na corrente sanguínea e acumulados na pele para formar a biomatriz de colágeno (11).
Um estudo piloto anterior demonstrou que a ingestão oral de peptídeos bioativos de colágeno especiais, também testados no presente estudo, induz efeitos benéficos na estrutura e função da pele humana (13).
Uma revisão sistemática das aplicações dermatológicas da suplementação oral de colágeno demonstrou recentemente que os suplementos de colágeno podem aumentar a hidratação da pele, a elasticidade e a densidade do colágeno dérmico. Onze estudos com um total de 805 pacientes sugerem que a administração de peptídeos de colágeno pode impactar positivamente várias condições da pele e envelhecimento da pele (14). A suplementação de colágeno foi segura, sem efeitos adversos relatados.
Asserin et al. demonstraram em um estudo controlado randomizado que a ingestão de 10 g de colágeno hidrolisado durante pelo menos 56 dias leva a um aumento na umidade da pele e na densidade do colágeno em comparação com o placebo (16).
Comparado ao placebo, uma redução significativa no volume das rugas dos olhos juntamente com um aumento de procolágeno tipo I e elastina foi relatada por Proksch et al. após a ingestão de 2,5 g de colágeno por dia durante 56 dias (17). Além disso, foi demonstrado por Schunck et al. a ingestão de 2,5 g de peptídeos de colágeno durante um período de 180 dias levou a uma diminuição estatisticamente significativa no grau de celulite e uma redução da ondulação da pele nas coxas (18).
Conclusão
O envelhecimento da pele pode ser abordado usando nutrientes capazes de restaurar a hidratação, elasticidade e densidade da pele. Medidas dermatológicas objetivas, como cutometria e corneometria, provaram que os peptídeos de colágeno orais, juntamente com outros dermonutrientes, melhoram significativamente a hidratação, elasticidade, rugosidade e densidade da pele após três meses de ingestão.
A suplementação de colágeno além de não oferecer efeitos colaterais, possui uma boa tolerância no consumo e seus efeitos são capazes de atingir as camadas mais profundas da pele e melhorar de forma sustentável a fisiologia e a aparência da pele, principalmente em adultos mais velhos.
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