Micronutrientes | Blog Nutrify

Influência dos Micronutrientes na saúde

A população em todo o mundo vem mudando sua forma de se alimentar, trocando os alimentos in natura por alimentos altamente industrializados de baixa qualidade nutricional1. De encontro a esse cenário, a ingestão de nutrientes de grande parte das pessoas não está de acordo com a quantidade preconizada pelas atuais recomendações nutricionais (Dietary Reference Intakes – DRIs –, em português, ingestão diária recomendada), as quais levam em consideração pontos como: informação disponível sobre o balanço do nutriente no organismo;  metabolismo nos diferentes estágios de vida; diminuição do risco de doenças, considerando as variações individuais nas necessidades de cada nutriente; biodisponibilidade; e erros associados aos métodos de avaliação do consumo alimentar2.

A ampla gama de vitaminas existentes, são divididas em hidrossolúveis e lipossolúveis. As classificadas como lipossolúveis são compostas pelas vitaminas A, D, E e K, enquanto as hidrossolúveis são as vitaminas C e todas as vitaminas do complexo B (B1, B2, B3, B6, B9 e B12). Os principais minerais, por sua vez, são compostos por Cálcio, Ferro, Cobre, Iodo, Potássio, Selênio, Sódio, Magnésio, Manganês e Zinco.

Vitaminas e Minerais e seu impacto na saúde

Ao contrário das vitaminas lipossolúveis, as hidrossolúveis merecem uma maior atenção e cuidado no seu aporte diário, visto que normalmente não são armazenadas em quantidades significativas no organismo, o que leva muitas vezes a necessidade de um suprimento diário dessas vitaminas.

A vitamina C, identificada pela primeira vez na década de 1920 por Albert Szent-Györgyi3, apesar de estar muito associada aos seus benefícios na imunidade, alguns estudos passaram a identificar a relação entre esse nutriente e o risco de doenças cardíacas. A priori, já foi estabelecido por meio de estudos de coorte a ligação entre o consumo de frutas e vegetais com melhores resultados cardiovasculares4.

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Já as vitaminas do complexo B, estão compostas por oito tipos, sendo elas: vitamina B1 (tiamina), vitamina B2 (riboflavina), vitamina B3 (niacina), vitamina B5 (ácido pantotênico), vitamina B6 (piridoxina), vitamina B7 (biotina), vitamina B9 (ácido fólico) e vitamina B12 (cobalamina).

Dentre as vitaminas com maior prevalência de deficiência é a B12 (cobalamina), a qual está relacionada como um importante cofator das enzimas metilmalonil-CoA mutase e a metionina sintetase, duas enzimas fundamentais para diversas reações metabólicas no organismo2. Em vegetarianos a deficiência de cobalamina parece estar em torno de 11-90%, em idosos, 62% em mulheres grávidas, 25%-86% em crianças e 21-41% em adolescentes5. Mas, claro, isso pode variar de acordo com a região, renda financeira e dos costumes alimentares que aquela população possui.

Ao contrário do que ocorre com a vitamina B12, a deficiência da riboflavina (vitamina B2) é rara mas, quando ocorre, causa algumas manifestações clínicas, sendo que a falta grave desse nutriente é responsável por afetar a conversão da vitamina B6 em sua coenzima, e até mesmo a conversão de triptofano em niacina. A riboflavina é um componente chave das coenzimas envolvidas com o crescimento de células, produção de energia e quebra de gorduras, esteróides e medicamentos (2). A maior parte da riboflavina é usada imediatamente e não armazenada no corpo, de modo que quantidades excessivas são excretadas na urina. Um excesso de riboflavina na dieta, geralmente de suplementos, pode fazer com que a urina fique com cor amarela brilhante.

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A vitamina B1 (tiamina) é importante para o metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas, especialmente os aminoácidos de cadeia ramificada (BCAAs) (leucina, isoleucina e valina)6. Sua principal função metabólica é servir como coenzima em muitas reações-chave na produção de energia, que são utilizadas durante a atividade física, por exemplo. Esse nutriente desempenha um papel vital no crescimento e função de várias células7. Apenas pequenas quantidades são armazenadas no fígado, portanto, é necessária uma ingestão diária de alimentos ricos em tiamina.

Conhecida também como ácido nicotínico, a vitamina B3, é visto que sua forma biologicamente ativa se encontra em forma de coenzimas, conhecidas por nicotinamida adenina dinucleotídio (NAD+) e seu derivado fosforilado, nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato (NADP+). Já no caso da vitamina B5, também conhecida como ácido pantotênico, esta encontra-se incorporado à coenzima A, tendo, portanto, papel central no metabolismo de geração de energia, na biossíntese de ácidos graxos e de esteróides, porfirinas e acetilcolina. Além disso, é visto níveis sanguíneos baixos em ácido pantotênico em pacientes com artrite reumatoide, demonstrando efeitos benéficos da suplementação.

A vitamina B6, ou piridoxina possui sua forma ativa em coenzima conhecida por Piridoxal 5′ fosfato (PLP). A PLP  auxilia mais de 100 enzimas a desempenhar várias funções, incluindo a quebra de proteínas, carboidratos e gorduras; manter níveis normais de homocisteína (já que níveis elevados podem causar problemas cardíacos); e apoiando a função imunológica e a saúde do cérebro.

Muito utilizada como um suplemento importante no tratamento para perda de cabelo e para promover cabelos, pele e unhas saudáveis, a biotina (vitamina B7), também desempenha um papel vital em ajudar as enzimas a quebrar gorduras, carboidratos e proteínas nos alimentos. Além disso, é responsável por regular os sinais enviados pelas células e a atividade dos genes. 

Por fim, a vitamina B9, também conhecida como ácido fólico, é solúvel em água e naturalmente encontrada em muitos alimentos. Também é adicionado aos alimentos e vendido como suplemento na forma de ácido fólico2.

A vitamina D está entre os nutrientes mais citados da atualidade, mas teve seu início em 1919, depois que se percebeu que a falta da vitamina resultava no desenvolvimento de raquitismo em crianças por causa da desnutrição e da falta de exposição ao sol. Além disso, o desenvolvimento da bioquímica revelou que o metabólito ativo da vitamina D, sendo 1,25 (OH)2D3, cuja molécula é conhecida por ter funções múltiplas. Pelo fato do consumo dos alimentos fonte serem mais difíceis de serem consumidos, a maioria dos humanos depende da exposição ao sol para satisfazer suas necessidades de vitamina D, o que faz com que grande parte apresente deficiência da mesma. Os fótons da radiação ultravioleta B solares são absorvidos pelo 7-desidrocolesterol na pele, levando à sua transformação em pré-vitamina D3, que é rapidamente convertida em vitamina D3.

Os minerais têm como principal fonte alimentos naturais, podendo ser tanto alimentos de origem vegetal quanto de origem animal, desempenhando um papel essencial na vida. No caso das plantas, estas obtêm-nos através do solo, já os animais, por sua vez, os obtém comendo plantas e bebendo água8.

Eles podem ser divididos em 2 grupos: os macrominerais são aqueles necessários em grandes quantidades (mais de 100 mg por dia); os microminerais são aqueles necessários em pequenas quantidades (inferior a 100 mg por dia)8.

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O corpo humano é composto por cerca de 4 a 5% de minerais e, dentre os dois participantes mais famosos do grupo de minerais, estão o cálcio e o ferro. Apesar disso, todos os outros minerais são compostos indispensáveis para manter a saúde, dessa forma, caso a recomendação não seja atingida através da alimentação, torna-se necessário recorrer aos suplementos em sua forma quelada para garantir melhor biodisponibilidade.

Considerações finais

Devido a diversas informações errôneas e condutas sem base científica, como é o caso de dietas sem a distribuição adequada de nutrientes de acordo com cada caso, as vitaminas e minerais também não recebem a devida importância durante a elaboração do plano alimentar que muitas vezes são feitos por profissionais que muitas vezes não se tratam de nutricionistas.

Referências bibliográficas

  1. M., Cordeiro; G., Andrade. Importância dos micronutrientes no metabolismo energético.
  2. COZZOLINO, Silvia M. F. Biodisponibulidade de nutrientes. 5º Edição. São Paulo: Manole Ltda, 2016.
  3. Mousavi S, Bereswill S, Heimesaat MM. Efeitos imunomoduladores e antimicrobianos da vitamina C. Eur J Microbiol Immunol (Bp) . 2019;9(3):73-79.
  4. Moser MA, Chun OK. Vitamina C e saúde do coração: uma revisão baseada em descobertas de estudos epidemiológicos. Int J Mol Sei . 2016;17(8):1328.
  5.  Romain M, Sviri S, Linton DM, Stav I, van Heerden PV. The role of Vitamin B12 in the critically ill–a review. Anaesth Intensive Care. 2016 Jul.
  6. Woolf K, Manore MM. B-vitamins and exercise: does exercise alter requirements? Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2006 Oct;16(5):453-84. doi: 10.1123/ijsnem.16.5.453. PMID: 17240780.
  7. Institute of Medicine. Food and Nutrition Board. Dietary Reference Intakes: Thiamin, Riboflavin, Niacin, Vitamin B6, Folate, Vitamin B12, Pantothenic Acid, Biotin, and Choline. Washington, DC: National Academy Press; 1998. 
  8. Examine – minerais.
  9. Dossiê: os minerais na alimentação. Food Ingredients Brasil, n° 4, 2008.

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