Também conhecidas como startups verdes, elas unem tecnologia e sustentabilidade para o bem do planeta e dos negócios.
Buscar soluções para ameaças ambientais, que colocam em risco a sobrevivência da espécie humana na Terra, está na ordem do dia também na esfera dos negócios. Afinal, diante de recursos naturais finitos e emergências climáticas, encontrar formas sustentáveis de produção, comercialização e circulação de bens e mercadorias é absolutamente necessário.
Nesse cenário, ganham destaque as chamadas greentechs, empresas de tecnologia focadas em sustentabilidade. Seu objetivo é desenvolver soluções inovadoras para que a transformação produtiva aconteça de forma eficiente e economicamente atrativa, ou seja, positiva para o planeta e também para os negócios.
O mercado das greentechs
Greentechs, ou startups verdes, não atuam em um segmento específico, muito pelo contrário! Onde houver oportunidade de usar tecnologias como inteligência artificial, internet das coisas e outras para otimizar processos e reduzir impactos ambientais, haverá espaço para elas. Da melhora de processos agrícolas ao transporte urbano, passando por sistemas de produção de energia ou gestão de lixo, por exemplo.
Trata-se de um mercado em franca expansão que, segundo relatório da Allied Market Research, estava estimado em US$ 6,85 bilhões em 2018 e deve saltar para US$ 44,61 bilhões em 2026.
Como inovações tecnológicas sustentáveis saem do papel?
Sem dúvida existem muitos pesquisadores e profissionais ansiosos para que seus projetos saiam do protótipo, assim como existem investidores interessados em impulsionar negócios verdes em todo o mundo. Algumas iniciativas tentam unir as duas pontas.
O evento Greentech America Latina, organizado pelo Greentech Inovation Group (Dinamarca), por exemplo, é realizado desde 2019 com o objetivo de conectar startups a investidores e governos que possam dar escala ao negócio e fazer com que as soluções impactem, de fato, o dia a dia das pessoas.
Somente em 2020 foram apresentadas 20 soluções de inovação e tecnologias sustentáveis. A edição 2021 já está com as inscrições abertas para empresas que tenham soluções inovadoras em 4 grandes áreas: biotecnologia, economia azul, economia verde, energias renováveis e mercados de carbono.
Greentechs na prática: 3 exemplos brasileiros
Agora que já falamos sobre o conceito, você pode estar se perguntando: afinal, o que faz uma greentech na prática? Separamos alguns cases de empresas brasileiras para você ter uma ideia.
- Operando uma planta piloto no interior de São Paulo, a Eco Panplas desenvolveu tecnologia para remover resíduos de embalagens plásticas de óleo lubrificante sem usar água. Isso garante que o plástico possa ser reciclado sem contaminação da água ou solo e com economia de 30% em relação aos processos convencionais.
- A Clean Clic conecta qualquer tipo de imóvel, residencial ou comercial, a usinas de energia solar (ou outra fonte renovável) sem necessidade de instalação de qualquer equipamento. Assim, uma parte da energia vem da distribuidora convencional e outra parte da usina. A economia na conta pode chegar a 20%.
- Usando a tecnologia de blockchain, a Green Mining assegura a logística reversa de indústrias, garantindo que todo o material coletado vá efetivamente para reciclagem. A sustentabilidade social também é um foco da empresa, que contrata os catadores em regime de CLT e disponibiliza todos os EPIs necessários a seu trabalho. O volume de coleta mensal já atinge 120 toneladas.
Desafios e oportunidades para um futuro mais verde nos negócios
Embora haja inúmeros problemas ambientais esperando por soluções inovadoras e pessoas dispostas a encontrá-las, o mercado das greentechs ainda enfrenta alguns entraves para seu crescimento, especialmente no Brasil. Um dos principais é o insuficiente incentivo à pesquisa acadêmica, já que a maioria dessas startups têm seu embrião nas universidades.
Outra questão é a lenta mudança de mentalidade quanto à importância de transformar a forma como se produz, o que gera resistência de muitos setores econômicos.
Entretanto, especialmente entre gestores, empreendedores e investidores das gerações mais jovens, a necessidade de criar um ambiente produtivo sustentável no longo prazo é uma tendência que não deverá ter volta. Afinal, não há negócio que sobreviva se o planeta não sobreviver.
Referências
https://www.cleanclic.com.br/duvidas-frequentes