O princípio do quebra-cabeças é o encaixe de múltiplas peças para formar uma figura. Podemos pensar que nossas escolhas alimentares também são resultado de um grande “quebra-cabeças”.
Nossas escolhas não são feitas simplesmente porque olhamos e gostamos deste ou daquele alimento. Por trás dessa ação estão nossos hábitos, nossas memórias afetivas, nossas preferências, crenças, valores e etc. Alimentos possuem abordagens multidimensionais. Eles não se limitam à dimensão biológica e propriedades nutricionais, também representam aspectos culturais, sociais e afetivos dos indivíduos e das comunidades.
Como são feitas as escolhas alimentares?
Segundo Samara e Morsch, o processo de escolha alimentar se dá 15% pelo comportamento (escolhas racionais, feitas de forma consciente) e 85% por causas/motivos diversos (influências exercidas sobre a decisão de compra operando abaixo do nível de consciência). A maioria das pessoas faz, em média, duzentas escolhas alimentares por dia. (Wansink, 2007).
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Para trabalhar as escolhas alimentares, é preciso compreender a maneira de pensar e sentir o que o próprio homem desenvolveu como parte de seu ambiente. Além disso, necessitamos ter consciência de que o bem-estar só é alcançado quando as necessidades do nosso organismo estão sendo supridas satisfatoriamente.
Segundo o Modelo de Gains (um dos modelos de processo de escolhas alimentares), entender as preferências alimentares dos indivíduos vai muito além de descobrir o que eles gostam ou não, é necessário compreender os motivos dessas preferências.
Abaixo, você conhece alguns exemplos determinantes das escolhas alimentares:
- Biológicos /Sabores – prazer em comer determinado alimento;
- Econômicos/Custos – disponibilidade de alimentos estimulados pelo acesso a feiras, sacolões e supermercados, por exemplo;
- Sociais / Culturais – formas de preparo, tradições e meio social;
- Psicológicos / Humor – combustível para compulsões levando a comportamentos disfuncionais na relação com alimento.
Escolhas alimentares no Brasil
Ao buscar informações sobre alimentos, os consumidores brasileiros, por exemplo, consideram como principais fontes:
- televisão (40%);
- nutricionistas e médicos (20%);
- internet (19%);
- amigos e colegas (16%);
- familiares (14%);
- jornais (14%);
- revistas (12%) (FIESP e ITAL, 2010).
O que influencia as escolhas alimentares?
Mas afinal, quais são os diversos fatores que podem influenciar as escolhas alimentares de cada indivíduo de modo particular? Esse é o grande enigma que o profissional da área de comportamento alimentar precisa decifrar.
Por Mariana latiano Dias de Castro Heredia.
Nutricionista, Especialista em Nutrição Comportamental (Instituto de Pesquisas Ensino e Gestão em Saúde – IPGS).