mesa com salmão, azeite, abacate e algumas sementes

EPA e DHA: diferenças e benefícios [2022]

O EPA e DHA estão presentes no ômega 3 e têm sido amplamente estudados devido aos efeitos benéficos na saúde e relação com a prevenção de diversas doenças como as cardíacas, câncer, dislipidemias entre outros. Os ácidos graxos ômega 3 são essenciais porque o nosso corpo não consegue fabricá-los e devem ser fornecidos pela alimentação. A sua ação também está relacionada à fabricação de moléculas anti-inflamatórias. As principais fontes alimentares de ômega 3 são os peixes gordos como a sardinha e o salmão, esses dois peixes são fontes de dois tipos de ômega 3 chamados eicosapentaenóico (EPA) e ácido docosahexaenóico (DHA). Esses peixes sintetizam esses dois ácidos graxos a partir do ácido alfa linolênico (LNA), um ômega 3 de origem vegetal, que está presente em grande quantidade no fitoplâncton do qual esses peixes se nutrem.

Suplementação de Ômega 3, DHA e Esteatose Hepática | Blog Nutrify

O que é EPA?

O EPA, denominado ácido eicosapentaenoico, auxilia na produção de prostaglandinas, substância anti-inflamatória que faz parte das nossas defesas.

Possui ação também sobre doenças e complicações de caráter inflamatório como a obesidade, lúpus e a artrite.

O que é DHA?

O DHA está presente na parte estrutural e funcional de cada célula do corpo, e desempenha papel essencial na proteção do cérebro e dos olhos. Ele ainda possui ação antioxidante e favorece a conexão entre os neurônios do cérebro, o que auxilia na memória, atenção e no raciocínio.

O cérebro é composto por 40% de DHA e 60% de gordura e, por isso, o consumo deste ácido graxo está relacionado com a melhora da saúde da mente, auxiliando na capacidade de aprendizado, no humor e consequentemente na qualidade de vida.

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EPA e DHA: para que servem?

O EPA e o DHA estão relacionados à redução do risco de algumas doenças como as cardiovasculares, câncer, obesidade dentre outras. No nível cardiovascular há um consenso sobre os benefícios associados ao ômega-3, especialmente para pessoas com alto risco de serem afetadas por essa doença. Os estudos mostram que o ômega-3 reduz a frequência dessas doenças, diminuindo o risco de arritmia cardíaca, grande responsável por mortes súbitas, e baixando os níveis de lipídios sanguíneos e consequentemente os riscos de formação de placas de aterosclerose reduzindo o risco de doenças como hipertensão, aterosclerose, infarto e derrames. Nas pessoas obesas em consequência ao elevado nível de estoque de gordura corporal, apresentam elevados níveis de marcadores inflamatórios, sendo a atuação da suplementação na ação anti-inflamatória podendo impedir a progressão da lesão aterosclerótica.

Os efeitos benéficos do ômega 3 não se limita somente às doenças cardiovasculares, existem cada vez mais resultados experimentais que sugerem que os ácidos graxos ômega 3 têm papel importante na prevenção do câncer.

Estudos realizados observando o consumo da suplementação de ômega-3 têm sido positivos na relação com a redução do risco de desenvolver câncer de mama, próstata, cólon e sua relação com o aumento da eficácia dos medicamentos de quimioterapia. Os mecanismos de eficácia implicados nesses efeitos protetores poderiam estar ligados a uma baixa da produção de moléculas inflamatórias que alteram o sistema imunitário e favorecem o desenvolvimento do câncer, assim como a um efeito direto sobre as células cancerosas. Outro efeito benéfico associado a suplementação é sua atuação na caquexia do câncer, que além de auxiliar na qualidade de vida atua como coadjuvante no tratamento de pacientes com perda de peso importante. O ômega 3 também tem seus efeitos benéficos no metabolismo lipídico, causando redução nos níveis plasmáticos dos triglicerídeos, colesterol total e LDL, ação vasodilatadora, atividade anti-inflamatória, anticoagulante e antiagregante. Os ácidos graxos ômega 3 são também indispensáveis para os recém-nascidos, por representarem um terço da estrutura de lipídios no cérebro, onde a carências destas substâncias podem ocasionar redução da produção de enzimas relacionadas às funções do aprendizado.

Qual a diferença entre EPA e DHA?

O EPA, está mais associado a doenças inflamatórias como as cardíacas, câncer, dislipidemias e outros. O DHA está associado à memória e raciocínio direcionada mais a ações relacionadas ao cérebro.

Qual a recomendação de EPA e DHA diária?

As recomendações diárias variam de acordo com a avaliação individual realizada por um profissional. Normalmente recomenda-se 2 cápsulas ao dia, podendo essa dosagem variar de acordo com a recomendação do profissional.

Sugere-se ingerir o suplemento no almoço ou jantar. Para os praticantes de atividade física, pode fazer a ingestão quatro horas antes ou após o exercício.

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Ômega 3: como escolher a suplementação?

É importante verificar se o suplemento escolhido possui alta concentração de EPA e DHA. Alguns suplementos de ômega 3  possui o selo IFOS, que garante pureza e segurança do produto e ausência de metais pesados. Sempre dê preferência a produtos de excelente qualidade e que contém o selo IFOS.

Vegan Ômega 3

O Vegan ômega 3 é uma excelente fonte de DHA, indicada para pessoas que não desejam consumir ômega 3 de origem animal e que não se habituam aos odores e sabores indesejáveis do óleo de peixe e para pessoas que buscam fontes mais sustentáveis. A fonte de ômega 3 para esse grupo provém de  microalgas do tipo Schizochytrium SP. As microalgas são consideradas uma fonte muito eficaz para a obtenção de DHA que é muito importante para a saúde, além de ser um recurso sustentável e alternativo a Schizochytrium sp. tem como vantagem ser de fácil cultivo, possuir alto teor de DHA, crescimento rápido, composição de ácidos graxos excelentes e de fácil absorção e utilização. Os lipídios encontrados nas microalgas correspondem a 66% sendo 27%  de DHA, essa composição facilita a sua extração de forma limpa e livre de solventes.

As microalgas possuem fontes de outros nutrientes essenciais, como ferro, zinco, vitamina B3, vitamina B6, vitamina C, vitamina E e magnésio, que atuam como cofatores para a síntese de DHA a partir de ALA em nosso corpo. Por esse motivo, as microalgas foram apontadas por 130 academias nacionais de ciência e medicina como um dos alimentos inovadores que podem trazer benefícios para a saúde humana. O seu teor de DHA está associado à prevenção de uma série de doenças.

O DHA por exemplo está associado a funções de memória, conhecimento e aprendizagem. O seu mecanismo de ação inclui modulação da degradação, síntese e ligação ao receptor do neurotransmissor, efeitos anti-inflamatórios, anti apoptóticos e aumento da fluidez das membranas celulares. Na gravidez tem sido muito recomendado, e muitos estudos têm sido realizados para avaliar os seus benefícios.  As regiões cerebrais que apresentam uma concentração de DHA são o córtex cerebral, sinapses e fotorreceptores de bastonetes da retina.

O último trimestre da gestação é um período considerado de extrema importância e onde o DHA apresenta muitos benefícios quando utilizado neste período. Estudos indicam que o feto acumula uma média de aproximadamente 70 mg / dia principalmente de DHA neste período, o cérebro sofre um grande crescimento e dobra de tamanho de cerca de 125 a 375 g. Embora o crescimento e a composição do cérebro continuem a se desenvolver bem no período pós-natal, o último trimestre da gravidez é o período em que o cérebro está crescendo em maior velocidade e sua composição está mudando rapidamente. Judge et al (2012) teve como objetivo avaliar o efeito do DHA consumido durante a gestação no desenvolvimento neurocomportamental inicial no padrão de sono de bebês nas primeiras 48 horas pós-natal. Puderam observar uma relação interessante na oferta pré-natal de DHA e constataram um impacto benéfico na organização do sono infantil. Ding et al (2020), observaram o efeito inibitório no câncer de cólon com o uso do DHA. Outros experimentos têm mostrado que a inclusão de ômega 3 na alimentação de cobaias de laboratório está relacionada com a redução no desenvolvimento de câncer de mama, cólon, próstata e pâncreas e também na eficácia dos tratamentos da quimioterapia.  Esses mecanismos estão associados a baixa produção de moléculas inflamatórias que colaboram com a alteração do sistema imune e favorecem o surgimento de certos tipos de câncer e doenças.

Nas doenças cardiovasculares atuam diminuindo o risco de arritmias cardíacas grandes responsáveis pelos casos de morte súbita e também contribuindo com a redução dos quadros de dislipidemias.

Referências Bibliográficas

Coutinho. V. et al. Benefícios da Ingestão de Ômega 3 e a Prevenção de Doenças Crônico Degenerativas – Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo v.4, n.21, p.137-146, 2010.

 Mesquita. T.R et al Efeito anti-inflamatório da suplementação dietética com ácidos graxos ômega-3, em ratos. Rev Dor. São Paulo, v.12, n.4.:p 337-41, 2011.

Pessoa. D. P et al. Influência da suplementação de ômega 3 no rendimento físico de praticantes de exercício físico. Motricidade.v. 14, n. 1, p. 144-149, 2018.

Baker. E. J et al. Metabolism and functional effects of plant-derived omega-3 fatty acids in humans. V. 64, n., p. 30-56, 2016.

Béliveau. R, Gingras. D. Os alimentos contra o câncer. Editora Vozes.Petrópolis, 2007.

Judge. M. P et al Maternal consumption of a DHA-containing functional food benefits infant sleep patterning: An early neurodevelopmental measure. v. 88, n.7, p. 531-537, 2012.

Texto elaborado por: Roberta Saraiva Giroto Patrício

Nutricionista Mestre em Ciências dos Alimentos pela Universidade de São Paulo

CRN: 21984

Consultora Científica para blog Nutrify

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