A economia do futuro é verde: conheça empreendedores que estão mostrando que é possível inovar e preservar ao mesmo tempo.
Novos tempos pedem novas soluções. Os debates em torno de um futuro mais sustentável e equilibrado colocam em xeque o modelo econômico e produtivo atual, e o conceito de economia verdade ganha força.
O termo economia verde é definido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente como “uma economia que resulta em melhoria do bem-estar da humanidade e igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz os riscos ambientais e a escassez ecológica”. Estamos falando de um conceito bem amplo, que envolve consumo consciente, reutilização de recursos, energia limpa, valorização da biodiversidade, entre outros aspectos.
Embora encontre resistência de alguns setores, a economia verde parece ser o caminho do futuro. Em todo o mundo, empreendedores abraçam o desafio de encontrar respostas inovadoras e sustentáveis para a indústria nos mais diversos mercados.
Para isso, usam a tecnologia a seu favor e, acima de tudo, ampliam seu olhar para o ambiente. Muitas vezes, encontram soluções que chegam a parecer “óbvias” para revolucionar a forma como produzimos uma série de produtos.
Além de apontar o futuro da economia, esses empreendedores também inspiram todos nós, seja qual for nossa área de atuação, a perguntar: “será que dá pra fazer diferente?”.
Conheça 4 iniciativas de empreendedorismo verde ao redor do mundo:
No México: dois amigos desenvolvem “couro” 100% vegetal feito à base de cacto.
Adrián López Velarde e Marte Cázarez usaram sua experiência anterior na indústria para ressignificar uma matéria-prima abundante em sua terra natal: o cacto. Utilizando a espécie Opuntia ficus-indica desenvolveram um material altamente resistente (sua durabilidade mínima é estimada em 10 anos), que pode ser adaptado quanto a cores, texturas e flexibilidade para ser utilizado na confecção de roupas, acessórios, revestimentos automotivos e muito mais.
O couro vegetal da marca batizada de Desserto é 100% vegetal, livre de PVC e ftalatos (compostos químicos potencialmente cancerígenos). Os sócios esperam que estilistas e marcas de todo o mundo adotem a novidade sustentável, que foi lançada em 2019, em uma tradicional feira de artigos de couro convencional, em Milão.
Na Índia: empresário desenvolve lã vegetal altamente sustentável e sofisticada com plante nativa.
O WEGANOOL é um tecido de toque macio e aspecto elegante, semelhante ao luxuoso Cashmere, porém 100% vegetal. Ele nasceu pela iniciativa do empresário Gowri Shankar, que reconheceu na planta Calotropis a matéria-prima ideal para se chegar a um produto bonito, confortável e sustentável.
Além de ser uma planta extremamente comum na Índia, ela não precisa de irrigação ou pesticidas para o cultivo, cresce novamente 6 meses após a colheita e fornece duas fibras de celulose com características bem similares à lã. O tecido final mescla a fibra obtida com a planta ao algodão orgânico. Todas as fibras residuais da produção são convertidas em um fertilizante e repelente natural, com propriedades bactericidas e fungicidas.
Nos EUA: empresa cria móveis em impressora 3D usando resíduos agrícolas.
Móveis coloridos, com design contemporâneo para deixar sua casa ou escritório cheio de estilo sem sacrificar o meio ambiente. Essa é a proposta da Model No., que utiliza na confecção de seu móveis, além da madeira certificada, resinas 100% vegetais, extraídas de resíduos agrícolas que seriam descartados. Ou seja, você pode se sentar em uma poltrona feita com palha de milho, beterraba… Pelo site o cliente personaliza cor e tamanho dos designs básicos, e a produção é feita exclusivamente sob demanda, evitando estoques desnecessários.
Na Indonésia: mandioca vira sacola que parece plástico, mas não é vilã dos oceanos.
O biólogo Kevin Kumala, incomodado com o acúmulo de lixo em sua terra natal, Bali, resolveu arregaçar as mangas para mitigar o problema. Assim nasceu a Avani Eco, que produz embalagens e utensílios feitos de materiais sustentáveis. O carro chefe é a sacola que, à primeira vista, parece igualzinha às tradicionais sacolas descartáveis de plástico, mas é feita de mandioca. Mesmo que, eventualmente, ela acabe parando no mar, pode servir de alimento para os peixes. Fundada em 2014, a empresa oferece soluções de embalagens sustentáveis para indústrias de todo o mundo.
A economia verde ainda tem muitos desafios pela frente, mas uma cosia é certa: tem muita gente boa e criativa pronta para surpreender.
Referências:
https://www.ecycle.com.br/4539-economia-verde.html
https://www.oeco.org.br/dicionario-ambiental/28986-o-que-e-a-economia-verde/
https://ciclovivo.com.br/inovacao/negocios/mexicanos-couro-organico-cacto/
https://www.ecycle.com.br/2183-ftalatos.html
https://desserto.com.mx/adriano-di-marti-1
https://thebeet.com/indian-entrepreneur-creates-a-zero-waste-vegan-wool/
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