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É possível fazer cosméticos sem testar em animais?

Entenda por que justificar testes em animais tem se tornado difícil para a indústria da beleza.

Em abril deste ano, a Humane Society International lançou o vídeo Save Ralph, no qual um simpático coelhinho nos conta um pouco de sua “rotina de trabalho” como cobaia na indústria cosmética. A ideia de sensibilizar o maior número possível de pessoas sobre esse tema tão delicado tem dado certo: o vídeo já conta com mais de 12 milhões de visualizações e ganhou versões em diversos idiomas, inclusive uma em português com dublagem do ator Rodrigo Santoro.

Cada vez mais os consumidores questionam: será que testes em animais são realmente necessários?

Para responder a essa pergunta, vale mergulharmos um pouco no tema.

Dos analgésicos às drogas para quimioterapia, todos os medicamentos passam por infindáveis testes com cobaias para verificar a segurança e eficácia no uso em seres humanos.  Animais são os modelos mais parecidos com os humanos quando se trata de desenvolver estudos científicos e tecnológicos, por isso são utilizados como cobaias em larga escala no desenvolvimento de produtos destinados à nossa saúde.

A ciência e as considerações éticas

Desde a criação da Bioética, em 1970, métodos de pesquisa que utilizam cobaias vivas envolvem uma discussão ética ampla, que vai desde sua real necessidade, e para quais fins, até como os animais utilizados nos experimentos devem ser tratados e qual o limite do que se pode fazer com eles.

O consenso científico é que a realização de testes em animais no desenvolvimento de medicamentos, por enquanto, é imprescindível, mas deve seguir critérios rígidos que minimizem o sofrimento animal (ainda que não possam evitá-lo completamente). Já quando se trata de testes para produtos de beleza, higiene pessoal ou limpeza, testar em animais é cada vez mais considerado obsoleto e antiético.

Isso porque a própria ciência já desenvolveu métodos alternativos eficientes como testes in-vitro, simulações em computador e peles artificiais.

Testes em animais ao longo da história: o que está mudando?

A pesquisa com animais vem de muito longe na História. Antes mesmo da Grécia antiga, animais eram usados em experiências. No século XIX, a ciência biomédica, a farmacologia e a toxicologia ganharam mais importância e levaram ao aumento do número de cobaias para testes. Desde essa época, a questão ética envolvendo experimentação animal é debatida.

Cada país apresenta legislações específicas sobre o tema; em alguns, as normas são mais rígidas, em outros, mais flexíveis. Mas o assunto sempre gera debates e mobilizações de vários setores da sociedade, especialmente dos defensores do bem-estar animal.

Essa pressão social impulsiona cientistas, especialmente os das gerações mais jovens, a fazerem um grande esforço para reduzir o número de animais usados em testes e buscar alternativas que deixem a crueldade fora do laboratório para um número cada vez maior de produtos.

Como reflexo de uma maior consciência ambiental, consumidores “comuns” estão atentos ao assunto e buscando produtos livres de testes em animais na hora de cuidar da beleza.

Para se ter uma ideia, uma marca de cosméticos bastante conhecida, em parceria com a Cruelty Free International colheu, apenas no Brasil, 8 milhões de assinaturas para uma petição destinada à ONU exigindo o fim dos testes em animais na indústria dos cosméticos. Esses processos costumam demorar, mas têm reflexos importantes e ajudam, inclusive, a pressionar a indústria farmacêutica a acelerar as pesquisas para o desenvolvimento de novas técnicas que não envolvam cobaias.

Como marcas que não testam em animais fazem cosméticos seguros?

Alternativas para os testes já estão à disposição das indústrias há um bom tempo. Uma das gigantes brasileiras do setor extinguiu testes em animais em 2006, investindo em infraestrutura de laboratório, equipamentos de ponta e contratação de cientistas especializados. Outra marca bastante popular no mercado nacional produz a própria pele 3D para avaliação de produtos e não testa em animais desde 2000.

Na França, há mais de 30 anos, cientistas recebem doações de sobras de pele de cirurgias plásticas, que utilizam para recriar a epiderme. O mesmo processo é feito aqui no Brasil, no Rio de Janeiro. O tecido pode ser usado para testar índices de inflamação, irritação e alergia, por exemplo.

Como algumas marcas se justificam para manter os testes:

Muitos produtos são feitos a partir de substâncias químicas sintéticas que podem causar inúmeras reações danosas em seres humanos, e as empresas de cosméticos não querem seus consumidores com queimaduras, alergias e irritações por utilizar os seus produtos. Isso nos leva a uma outra questão: será que precisamos de tantos químicos potencialmente perigosos para cuidar da nossa beleza?

O movimento clean beauty (também conhecido como slow beauty) têm demonstrado que não. Assim como existem alimentos clean label, marcas de beleza que seguem o conceito clean beauty usam ingredientes de origem natural, sem químicos pesados e, portanto, menos arriscados à saúde humana e menos prejudiciais ao meio ambiente. Essas marcas trazem por princípio também a ausência de testes em animais, além de gerarem menos poluição ambiental.

Ou seja, é possível estar com a make perfeita e o cabelo incrível de forma sustentável e livre de crueldade animal.

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Dicas para identificar produtos livres de testes em animais na hora da compra.

Agora que você já sabe que as alternativas existem, veja como identificar marcas que não usam animais como cobaias:

  • Geralmente, essas marcas trazem em sua embalagem selos com os dizeres cruelty free ou livre de crueldade. Atenção ao rótulo!
  • Procure saber quais empresas são certificadas por organizações mundiais como o PETA (People for the Ethical Treatment of Animals). Empresas certificadas por organizações que lutam pelo bem-estar animal ajudam a financiar o importante trabalho desses grupos. No site da ONG Te Protejo, dedicada à causa, há uma ferramenta para encontrar marcas certificadas à venda no Brasil.
  • Se estiver em dúvida sobre as informações prestadas por uma marca não certificada, entre em contato com o SAC da empresa e cobre um posicionamento claro. Alguns produtos trazem a informação que não utilizam cobaias no Brasil, porém contam com insumos produzidos em outros países e testados em animais.
  • Vale lembrar que nem todo produto cruelty free é, necessariamente, vegano. Uma marca pode não realizar testes em animais, mas ter algum ingrediente de origem animal em seu produto. Se quiser um produto vegano, busque também essas informações no rótulo ou no site da marca.

Ao fazer escolhas criteriosas, você valoriza o esforço das empresas e cientistas que estão fazendo essa transformação positiva acontecer.

Acreditamos que beleza de verdade é beleza consciente, que faz bem para nós sem causar danos a ninguém. E você?

Referências:

https://youtu.be/oC4gkHG4rK4

http://bioemfoco.com.br/noticia/alternativas-uso-animais-pesquisa/

https://www.thebodyshop.com.br/testes-em-animais#

http://www.bioetica.org.br/library/modulos/varias_bioeticas/arquivos/Bioetica.pdf

https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2019/09/09/primeiro-laboratorio-de-producao-de-pele-humana-para-testes-do-brasil-e-inaugurado-no-rio.ghtml

Slow beauty: um novo olhar sobre a beleza

 

 

 

 

 

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