O termo “doenças autoimunes” se refere a um conjunto de diferentes doenças, caracterizadas por defeitos no sistema imunológico. Essas alterações provocam ataques de anticorpos às células saudáveis do próprio corpo.
E as doenças autoimunes afetam muitas pessoas: de acordo com Bolon (2012), essas doenças estão presentes em cerca de 3% da população mundial – parece pouca gente, mas não é; atualmente, essa porcentagem equivale a aproximadamente 237 milhões de pessoas.
Porém, os portadores de doenças autoimunes podem ter uma melhor qualidade de vida, por meio de algumas intervenções médicas e nutricionais. Nesse texto, vamos apresentar um panorama geral das doenças autoimunes e da relação com a nutrição, esclarecendo algumas dúvidas frequentes sobre o tema!
Antes de tudo, quais são as principais doenças autoimunes?
Algumas doenças autoimunes comuns, nas quais se aplicam algumas intervenções nutricionais, são:
- Doenças Inflamatórias Intestinais: São síndromes inflamatórias que afetam o trato gastrointestinal. Um exemplo é a Doença de Crohn, que causa dor abdominal, diarreia, fadiga e perda de peso.
- Artrite Reumatoide: Doença que afeta as articulações do corpo, provocando inchaços, dores e deformidades.
- Doenças Autoimunes da Tireoide: É um grupo de doenças que causam disfunções na tireoide, comprometendo a regulação do peso corporal e a disposição. A Tireoidite de Hashimoto é um dos exemplos mais conhecidos.
- Diabetes tipo 1: Doença na qual as células do pâncreas são afetadas, provocando a interrupção da produção de insulina.
Como elas surgem?
A origem das doenças autoimunes se baseia na tendência genética e em alguns gatilhos, como infecções por vírus e bactérias. Além disso, as mudanças na microbiota corporal – incluindo a do intestino – também vêm sendo estudadas por sua relação com essas doenças.
Por fim, é bom saber que o sexo biológico é um fator importante, pois as doenças autoimunes são cerca de três vezes mais comuns em mulheres do que em homens.
Existe cura para essas doenças?
Não existe cura propriamente dita, já que as doenças autoimunes tendem a ser crônicas e progressivas. Porém, o lado bom é que a remissão pode ser alcançada, de forma que a doença fique controlada, sem gerar qualquer sintoma ou alteração no corpo. Além da remissão, também pode-se buscar a melhora dos sintomas, possibilitando uma melhor qualidade de vida para todos os portadores.
Tudo isso pode ser buscado através de tratamentos medicamentosos, de hábitos saudáveis e de algumas medidas nutricionais específicas, incluindo a suplementação de ômega-3, probióticos, vitamina D e outros nutrientes, a depender do caso.
Nos próximos materiais, vamos falar mais detalhadamente sobre a influência da nutrição em cada uma dessas doenças! Continue nos acompanhando aqui no blog.
Referências
- Bolon B. Cellular and molecular mechanisms of autoimmune disease. Toxicol Pathol. 2012;40(2):216-29. doi: 10.1177/0192623311428481. Epub 2011 Nov 21. PMID: 22105648.
- ABBAS, A.K.; LICHTMAN, A.H.; PILLAI, S. Imunologia Celular e Molecular. 8ᵃ Edição. Elsevier, 2015.
- Hodson, R. (2021). Autoimmune disease. Nature, 595(7867), S45–S45. doi:10.1038/d41586-021-01833-y
- Ihnatowicz P, Drywień M, Wątor P, Wojsiat J. The importance of nutritional factors and dietary management of Hashimoto’s thyroiditis. Ann Agric Environ Med. 2020 Jun 19;27(2):184-193. doi: 10.26444/aaem/112331. Epub 2019 Oct 2. PMID: 32588591.