A dieta ocidental é composta por alimentos industrializados, refinados, açucarados, processados e ultraprocessados como os fast foods, lanches, refrigerantes e quando consumido em excesso aumenta o risco de algumas doenças como a síndrome metabólica, obesidade e diabetes tipo 2.
Os alimentos ultraprocessados são produzidos com produtos refinados, ricos em açúcares, sal e gorduras. O consumo desses alimentos resulta em picos altos de glicemia além de ser densas em energia e pobre em fibras, vitaminas e também em alimentos antioxidantes e estão associadas ao desenvolvimento de inúmeras doenças, por esse motivo essa dieta não é indicada para o consumo prolongado. Uma das principais características dessa dieta é o aumento do peso, ocasionado pelo consumo de alimentos ricos em carnes processadas e gordurosas e de produtos industrializados de alto índice glicêmico. Estima-se que cerca de 60% da ingestão calórica do americano seja de alimentos processados e ultraprocessados, que muitas vezes são alimentos vindos da indústria de fast food. O consumo desses alimentos contribui para aumento do risco de até 32% das doenças metabólicas crônicas.
Um estudo realizado por Vileigas e colaboradores sobre os efeitos da dieta ocidental na indução da síndrome metabólica mostrou que essa dieta contribui para o aumento do peso corporal, resistência à insulina e intolerância à glicose, aumento dos níveis de citocinas inflamatórias como IL-6 e TNF-α além das alterações hormonais e metabólicas observadas e aumento dos níveis séricos de leptina. Esse tipo de dieta também tem implicações negativas na microbiota intestinal podendo causar desequilíbrio e permitindo a indução de processos inflamatórios sistêmicos.
É importante orientar a população e ter o conhecimento em relação aos riscos dessa dieta para saúde a longo prazo, principalmente quando associada a um estilo de vida sedentário. A adesão a uma dieta rica em fibras e moderada em carnes e baixa ingestão de alimentos processados está associada a benefícios para a saúde a longo prazo.
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Texto elaborado por Roberta Saraiva Giroto Patrício.
CRN: 21984
Nutricionista Mestre em Ciências dos Alimentos pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. No Laboratório de Dieta, Nutrição e Câncer.
Tema do Mestrado: Desenvolvimento de Material Educativo Digital para Divulgação Científica e Tecnológica da Nutrigenômica.
Capítulo de livro: Roberta Saraiva Giroto Patrício, Thomas Prates Ong. Nutrigenômica. in Dan L Waitzberg. Fisiologia da Nutrição: na saúde e na doença. Editora Atheneu 2013.
E-Book Sociedade Brasileira de Mastologia: Estilo de vida após o câncer (Hábitos e vícios, dieta e atividade física) 2021.
Experiência na área de saúde hospitalar e consultório com atendimento personalizado e individualizado. Atualmente consultora cientifica para blog da Nutrify.