As melhores formas de manter uma boa imunidade
Para manter uma boa imunidade é necessário bons hábitos alimentares, praticar atividade física regular, saber gerenciar emoções e pensamentos dentre outras alternativas. Nos alimentos estão presentes uma variedade de propriedades e compostos bioativos que nos auxiliam na saúde e sistema imune.
O sistema imunológico deficiente é um fator de risco para o desenvolvimento de muitas doenças como as respiratórias, que aumentam com a chegada do inverno e provocam sintomas de febre, tosse, falta de ar e dispneia. A introdução de produtos naturais tem sido uma alternativa devido aos seus efeitos medicinais observados desde a antiguidade. O seu uso não visa substituir os medicamentos, mas tem um papel importante, sendo uma opção de escolha terapêutica para potencializar o sistema imune.
Tudo sobre o sistema imunológico
O nosso sistema imunológico é considerado o guardião do corpo responsável em combater os agressores externos como vírus, bactérias e substâncias estranhas. Por isso muitas vezes precisa de suplementação na primeira infância ou quando idoso.
Bons hábitos para manter uma alta imunidade
Ter bons hábitos inclui alimentação, boa noite de sono, saber gerenciar pensamentos e emoções, evitar hábitos tabagistas, evitar consumo excessivo de álcool dentre outros. Bons hábitos alimentares são importantes porque os nutrientes e compostos bioativos presentes nos alimentos atuam na manutenção e fisiologia do corpo e apresentam papéis fundamentais no fortalecimento do sistema imunológico.
Alimentos incríveis para uma boa imunidade
Os compostos bioativos presentes nos alimentos atuam ativando ou inibindo vias de sinalização que agem diretamente nas células associadas ao sistema imune. Alguns exemplos de compostos bioativos que podem ser citados são as fibras prebióticas, própolis, whey protein, glutamina, cúrcuma, vitamina D3 dentre outras. As fibras presentes nos alimentos ou suplementos como a inulina, frutooligossacarídeos e goma guar quando chegam no intestino são fermentadas por bactérias e produzem alguns ácidos graxos de cadeia curta como o butirato, acetato e propionato que são rapidamente absorvidos no intestino e apresentam diversos benefícios. Os benefícios associados aos ácidos graxos de cadeia curta estão relacionados a manutenção da integridade da parede intestinal deixando-a mais seletiva e evitando a permeabilidade de patógenos ou substâncias que não são adequadas ao organismo, regulam o sistema imune promovendo a inibição da produção de citocinas inflamatórias como TNF-α e IL-6 através da ativação de mecanismos de ação. Promovem também a estimulação de glutationa-S-transferase uma importante enzima que atua na eliminação de substâncias consideradas tóxicas ao organismo
Outro componente alimentar importante para o sistema imune é a própolis que possui componentes terapêuticos que tem mostrado eficácia na melhora da imunidade. As substâncias presentes na própolis têm sido muito estudadas por apresentar propriedades biológicas aplicáveis na medicina e por contribuir com a melhora do sistema imunológico. Os compostos presentes na própolis conhecidos como fitoquímicos têm ação promissora na COVID 19, doenças respiratórias, diabetes, hipertensão e prevenção do câncer. Esses compostos são conhecidos como quercetina, miricetina e ácido caféico que tem potencial ação na imuno regulação de citocinas pró inflamatórias que incluem a redução de IL-6, IL-1, beta e TNF-α, reduzindo a cascata inflamatória atuando de forma potencial contra o alvo viral. A ação da própolis também parece estar associada à redução do tempo de internação da COVID-19. O uso da própolis como opção terapêutica tem sido segura e somente apresenta contra indicações para as pessoas que têm alergia ao produto e para menores de um ano de idade. A sua administração é fácil podendo ser ingerida via oral através de cápsulas que é uma opção muito interessante para as pessoas que não conseguem se adaptar ao sabor da própolis. Outro importante suplemento no sistema imune é a glutamina, um aminoácido encontrado de forma abundante no corpo dos mamíferos e que corresponde a cerca de 60% do pool total de aminoácidos livres, garantindo aminoácidos para outros tecidos e órgãos. A glutamina apresenta papel fundamental no transporte de nitrogênio, carbono e energia entre os tecidos. Também é um precursor da glutationa, um poderoso antioxidante produzido endogenamente. É um aminoácido não essencial o que quer dizer que nosso corpo o produz, mas em condições especiais como patologias, atividades físicas intensas ou imobilização de membros como no caso de internações prolongadas a glutamina se torna um aminoácido condicionalmente essencial. Este aminoácido atua como uma fonte de combustível para certas células imunológicas como os linfocitos e macrofagos e pode ter um efeito especial na estimulação imunológica.
A vitamina D3 é produzida na pele através da exposição à luz solar ou através da suplementação. A síntese da vitamina D3 depende de diferentes fatores como a pigmentação da pele, poluição do ar, uso de protetor solar, estação do ano e hora do dia. Uma vez que a vitamina D3 é ativada, passa por diferentes processos metabólicos e apresenta inúmeros benefícios para o organismo. A vitamina D3 exerce proteção para as células do epitélio intestinal promovendo a homeostase da barreira da mucosa intestinal. A deficiência de vitamina D está associada ao aumento da permeabilidade de patógenos como vírus e bactérias e ativação de vias inflamatórias como NF-kB pró inflamatório. A Vitamina D é responsável por atuar nas células do intestino com junções estreitas evitando a permeabilidade de patógenos através da infiltração de bactérias na mucosa do colón, causando inflamação subclínica. Essa inflamação quando ativada acarreta na queda do sistema imune, deixando o hospedeiro acessível a diferentes patógenos causadores de doenças.
A Cúrcuma Longa é uma planta pertencente à espécie Zingiberaceae, é popularmente conhecida como açafrão, açafrão da terra, gengibre amarela e raiz de sol. É uma espécie originária do sudeste asiático e é considerada uma importante especiaria com efeitos terapêuticos. A Cúrcuma contém muitos fitoquímicos sendo mais de 50 tipos de diaril platanoides e diarylheptanoids conhecidos como curcuminóides, uma mistura variável de três diarylheptanoids não voláteis: diferuloilmetano (curcumina I), desmetoxicurcumina (curcuminmeto II) e biscurcumina (curcumina III)).
Os efeitos benéficos da curcumina estão associados a redução de inflamações, artrite, hiperlipidemia, inflamação induzida por exercícios, síndrome metabólica e de vias respiratórias. A inflamação é um processo que envolve células do sistema imunológico. A curcumina age nas vias inibindo a ativação da cascata da inflamação. Nas vias respiratórias esse curcuminóide diminui a resposta de citocinas pró inflamatórias que ocorre nos processos de inflamações. Nas alergias, a curcumina também atua na inibição de NF-kB nas vias aéreas evitando o desenvolvimento de processos inflamatórios. A utilização dos suplementos quando bem direcionados apresentam efeitos benéficos na saúde, devido a sua ação na modulação do sistema imune por inibir ou ativar vias que promovem proteção ao organismo, deixando -o mais fortalecido e evitando o surgimento ou até o agravamento de doenças.
Imunidade baixa: saiba o que fazer
Primeiro passo é buscar auxílio de um especialista, para que seja encontrada a causa através de exames e anamnese individualizada. Após essa etapa o especialista poderá fazer indicação de suplementos, alimentação adequada, mudança de estilo de vida e hábitos que irão contribuir para reforçar o sistema imune.
Principais causas da imunidade baixa
As causas da imunidade baixa estão associadas à desnutrição, doenças autoimunes, idade mais avançada, estresse, alimentação inadequada, déficit de manganês, dentre outras.
Mantenha uma rotina de hábitos saudáveis
A rotina de hábitos saudáveis auxilia no sistema imune e para isso há a necessidade de:
- Ter qualidade de sono
- Manter alimentação saudável
- Praticar atividade física regular
- Saber gerenciar emoções e pensamentos
- Não ter hábito tabagista.
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Texto elaborado por: Roberta Saraiva Giroto Patrício
Nutricionista Mestre em Ciências dos Alimentos pela Universidade de São Paulo.
Consultora Cientifica na integralmédica para blog Nutrify