Exemplo de benefícios da curcumina em pó

Como a curcumina pode atuar no sistema imune?

A cúrcuma, também conhecida como açafrão, é rica em curcumina, bioativo responsável por sua coloração amarelo-vivo. Habitualmente usada como tempero natural, é conhecida por seus efeitos anti-inflamatórios, mostrando trazer benefícios para quadros de diversas enfermidades. A curcumina está presente em maior concentração no seu rizoma, o qual apresenta uma série de propriedades farmacológicas. Nesse sentido,  estudos científicos vem demonstrando atuação da curcumina na modulação de vias de sinalização inflamatória que levam à diminuição da inflamação em diferentes tipos de células imunológicas e modelos animais.

 

Curcumina e ação no sistema imune

A inflamação é um dos principais tipos de respostas imunológicas. Ela tem função importante na resposta imune inata e adaptativa, sendo crucial na defesa contra muitos estímulos, de origem endógena e exógena. Durante a inflamação várias células do sistema imune (leucócitos) e proteínas plasmáticas (citocinas, proteínas do sistema complemento) são direcionadas para o local da infecção ou de danos aos tecidos. Esses componentes do sistema imune medeiam a inflamação para eliminar patógenos invasores e produzir a reparação de tecidos.

Benefícios da curcumina em pó para saúde mental

O sistema imune está envolvido no reconhecimento de moléculas estranhas e de moléculas endógenas (tais como: lipopolissacarídeos (LPS), proteínas de choque térmico (HSPs)), pelos receptores expressos por células imunes como os macrófagos, células dendríticas (CDs), células endoteliais, células T e B.

O efeito imunomodulador da curcumina surge de sua interação com uma ampla gama de células do sistema imune, como macrófagos, CDs, células B e T. Evidências recentes sugerem que a curcumina pode reduzir citocinas pró-inflamatórias como interferon-gama (IFN-γ), fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), interleucinas 1 e 8 (IL-1 e IL-8), essas são meio de interação com diversas vias de sinalização como fator de transcrição nuclear kappa B (NF-kB) e proteína quinase ativada por mitógeno (MAPKs), ambas ligadas à processos inflamatórios.

Estudos apontam a relação da curcumina com a diminuição da ativação do NF-kB em CD, essas expressam receptores que são responsáveis pela identificação de patógenos e produção de citocinas pró-inflamatórias, podendo controlar o processo inflamatório em células imunes. Outras evidências também apontam que a curcumina poderia inibir o recrutamento de leucócitos através pela inibição da expressão de fatores de adesão. Além disso, a curcumina demonstrou inibir a infiltração de macrófagos nos rins e lesão ao suprimir a ativação de NF-kB em camundongos diabéticos. Os macrófagos são as células principais do sistema imune mediadoras da produção de citocinas inflamatórias (TNF-α, IL-1β e MCP-1- proteína quimioatraente de monócitos).

Em modelos animais de colite, o tratamento com curcumina reduziu a atividade da mieloperoxidase (MPO) e produção de TNF-α, COX-2 (ciclo-oxigenase-2) e iNOS (óxido nítrico sintase induzível), além de regular positivamente a expressão de IL-10.

Já em estudo clínico a suplementação de 80 mg de curcumina/dia durante 10 semanas foi capaz de reduzir de forma significativa a concentração plasmática de mediadores inflamatórios, incluindo TNF-α e proteína C reativa em homens inférteis. No mesmo sentido, outro estudo clínico avaliou a suplementação de 500 mg cúrcuma/dia durante 2 meses, o que corresponde a 22,1 mg de curcumina, em pacientes com diabetes mellitus do tipo 2 com nefropatia diabética, como resposta, a curcumina diminuiu a concentração sérica de IL-8, citocina pró-inflamatória. Outro estudo clínico também confirmou a hipótese em paciente com síndrome metabólica, a curcumina reduziu marcadores inflamatórios séricos como TNF-α, IL-6 e MCP-1.

Como conclusão, há evidências crescentes de que a curcumina através da interação com alvos celulares e moleculares tem função imunomoduladora através de seu efeito anti-inflamatório.

 

 

Referências:

https://doi.org/10.1002/jcp.25778

https://doi.org/10.1007/s10787-019-00607-3

https://doi.org/10.1080/10408398.2017.1358139

 

 

 

 

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