Conheça os benefícios da Creatina na Saúde Feminina | Blog Nutrify

Conheça os benefícios da Creatina na Saúde Feminina

A creatina é uma molécula que é produzida no corpo, principalmente no fígado, a partir dos aminoácidos glicina, arginina e metionina, sendo caracterizado por ser um dos suplementos mais bem pesquisados e eficazes1. O fosfato de creatina, também denominada de fosfocreatina,  funciona como um reservatório de fosfato, sendo encontrado em grande quantidade nos músculos esqueléticos e no coração. Dentre as fontes alimentares de creatina, destacam-se a carne, aves e peixes, contendo cerca de 4 a 5 gramas por kilo de creatina1.

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Apesar de sua grande popularidade e aplicabilidade no meio esportivo, proporcionando aumento indireto da massa muscular magra, força e capacidade de exercício quando usado com exercícios de curta duração e alta intensidade, seu uso no aspecto clínico também é de extrema relevância, como por exemplo na saúde feminina em diversas perspectivas2.

Creatina na gravidez

Durante a gestação, ocorre o aumento da demanda metabólica devido ao crescimento e desenvolvimento do feto, associado a um pool reduzido de creatina, fator o qual tem sido associado ao baixo peso ao nascer e parto prematuro6.

Até o momento, as pesquisas são limitadas em roedores, entretanto, demonstra-se que a suplementação de creatina durante a gravidez é capaz de reduzir a lesão cerebral induzida pela asfixia intraparto através do aumento da captação de creatina pelas células neuronais e suporta integridade mitocondrial. Dessa forma, através de um protocolo de suplementação de creatina na gravidez pode haver melhora na sobrevivência após episódio de asfixia grave ao nascimento, prevenindo danos em vários órgãos 6,7,8. Embora não tenha sido avaliado o efeito em humanos, a suplementação de creatina durante a gravidez pode fornecer uma estratégia nutricional segura e de baixo custo para reduzir as complicações intra e pós-parto associadas à depleção de energia celular.

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Creatina na pré e pós-menopausa

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o climatério é definido como uma fase biológica da vida e não um processo patológico, compreendendo desde a transição entre o período reprodutivo até o não reprodutivo da vida da mulher, sendo a menopausa um marco dessa fase4.

A menopausa ocorre geralmente em torno dos 48 aos 50 anos de idade e é marcada pelo hipoestrogenismo, ocorrendo a diminuição da massa óssea e proporcionando fragilidade esquelética, diminuindo a resistência do osso, além da perda gradual e generalizada de massa muscular e força relacionada à senescência, denominada sarcopenia. Diante desse cenário, existem duas intervenções necessárias e que devem ser incentivadas: exercício físico e alimentação3.

De forma independente da síntese de proteínas, por meio da suplementação de creatina é possível observar o aumento do tamanho da fibra muscular, fator correlacionado ao aumento do teor de água nas células musculares. Além disso, é visto uma regulação positiva em diversos genes causada pelo inchaço celular envolvendo o recrutamento de células satélites, como por exemplo esfingosina quinase-1, em conjunto ao teor de proteína de PKBa/Akt1, p38 MAPK e ERK6, a hipertrofia muscular11.

Em situações em que o exercício de força também esteja acontecendo, ocorre maior benefício no aumento da massa corporal, força máxima, aumento da capacidade de elevação de peso, aumento da massa livre de gordura e aumento das proteínas miofibrilares9,10 como supracitado. Sendo assim, a suplementação de creatina pode ser uma ótima aliada nos mecanismos naturais decorrentes da idade e contexto hormonal da menopausa.

Para além da saúde feminina, estão listados vários outros benefícios da creatina para a saúde, sobretudo para quem tem uma rotina regular de atividades físicas.

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Considerações finais

Em conclusão, é visto que a segurança da creatina já foi investigada por inúmeros autores, sendo o único efeito colateral relatado com a suplementação do suplemento em questão é o ganho de peso, exercendo impacto na massa livre de gordura (MLG).

Dessa forma, é possível perceber os motivos pelos quais a prescrição de creatina por parte de profissionais da saúde vem ganhando cada vez mais atenção. De todo modo, a prescrição deve vir acompanhada de uma boa anamnese e de um acompanhamento individualizado, mas o corpo científico hoje suporta que cada vez mais pessoas tendem a se beneficiar do consumo crônico deste suplemento.                                                                                                                                                                                                 

Referências bibliográficas

  1.   https://examine.com/supplements/creatine/
  2.   Gualano, B., Roschel, H., Lancha-Jr., AH et ai. Na doença e na saúde: a ampla aplicação da suplementação de creatina. Aminoácidos 43, 519-529 (2012).
  3.   Vellas, B., et al. Implications of ICD-10 for sarcopenia clinical practice and clinical trials: report by the international conference on frailty and sarcopenia research task force. The Journal of Frailty & Aging, v. 7, n. 1, p. 2-9, 2018.
  4.   Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Manual de Atenção à Mulher no Climatério/Menopausa / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2008. P. 192.
  5.   Marzetti, E, et al. Sarcopenia: an overview. Aging Clinical and Experimental Research, v. 29, n. 1, p. 11-17, 2017.
  6.   Ireland, Z., Dickinson, H., Snow, R., & Walker, D. W. (2008). Maternal creatine: does it reach the fetus and improve survival after an acute hypoxic episode in the spiny mouse (Acomys cahirinus)? American Journal of Obstetrics and Gynecology, 198(4), 431.e1–431.e6.
  7.   Miller, R.K., et al. (1977). Creatine transport by rat placentas. The American Journal of Physiology, 233(4), E308–E315.
  8.   Adcock KH, ET AL. Neuroproteção da suplementação de creatina em ratos neonatais com hipoxia-isquemia cerebral transitória. Dev Neurosci, 2002.
  9.   Santos, João Pedro Cardozo; et al. O uso da creatina no treinamento de força e na melhoria do desempenho físico. Research, Society and Development, v. 10, n. 11, e59101119410, 2021.
  10. Hespel P, Derave W. Ergogenic effects of creatine in sports and rehabilitation. Subcell Biochem. 2007;46:245-259.
  11. Safdar A, et al. Global and targeted gene expression and protein content in skeletal muscle of young men following short-term creatine monohydrate supplementation. Physiol Genomics. 2008;32(2):219-228.

 

Gabriela Motta

@nutrigabrielamotta

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